A nova era das redes sociais

sábado, 18 de janeiro de 2025

 



Como quem não passou os últimos meses sumida, apareço aqui com uma reflexão que vai dar início à uma série de artigos que quero escrever e publicar aqui no blog. Não é novidade que de uns tempos pra cá comecei a me incomodar bastante com a forma de consumir e criar conteúdo nas redes sociais, foi um processo muito longo de aceitação de que o formato atual de conteúdo não me faz bem nem como expectadora e nem como criadora. Sempre tive o sonho de trabalhar com as redes sociais e ser reconhecida nesse meio, mas de repente me vi pensando: até que ponto esse formato de conteúdo faz bem pra mim e pra quem o consome? Até que ponto meus conteúdos são realmente relevantes para quem assiste e não só mais um vídeo que vai ser rolado para cima e esquecido nos próximos dez segundos? Esse formato instantâneo e apressado de informações sendo jogadas no nosso cérebro a todo minuto não me convence e para ser franca, ultimamente não tenho mais tido tanta paciência pra isso.


Sinto como se a internet tivesse virado uma salada de frutas gigantesca, com muita gente postando ao mesmo tempo (alguns até sem responsabilidade nenhuma), "influencers" que não influenciam nada de bom, e alguns poucos e infelizmente não tão reconhecidos conteúdos e criadores bons. Mas afinal, onde quero chegar com esse post? Bom, eu sou da época que os blogs estavam em ascensão e eram usados como diários digitais, onde falávamos cada um no seu tempo sobre coisas que gostávamos, nossas opiniões sobre tudo e realmente compartilhávamos conteúdos de valor com pessoas do mundo todo, e vendo hoje como a maioria dos conteúdos que se dizem relevantes na internet realmente são eu comecei a me perguntar: como assim a internet virou isso? 


E sim, tudo isso só me fez querer voltar no tempo e criar conteúdo de uma forma mais leve e lenta. Toda essa ideia de ter que fazer minhas ideias, opiniões e gostos pessoais caberem em um vídeo de míseros segundos quase me dá dor de cabeça. Preciso confessar que tenho muita dificuldade em fazer isso e sempre acho que esse é o motivo dos meus conteúdos não viralizarem e eu fique com a sensação de que estou criando conteúdo "à toa", e aqui podemos entrar no tópico que eu sempre bato na tecla: as pessoas realmente estão assistindo e absorvendo os conteúdos ou somente estão passando o feed como fantasmas digitais que não entendem e nem ligam para o que está sendo visto?


Com esse post quero aqui compartilhar o sentimento de que acho que esse modelo de conteúdo está ficando ultrapassado e que as pessoas finalmente estão se cansando de só rolar a tela e ver vídeos tão curtos que precisam ser repetidos de cinco a oito vezes para que se consiga pelo menos ler o texto da legenda (e sim, essa é uma das estratégias de redes sociais como o instagram para te manter mais tempo no vídeo e assim aumentar a quantidade de visualizações enquanto você lê a legenda do post), as pessoas finalmente estão começando a perceber o cansaço e fadiga que tudo isso causa no nosso cérebro e acaba nos tornando fantasmas tanto digitais como reais, afinal, já parou pra pensar em quantos momentos você deixou de viver genuinamente por conta das redes sociais? 


De uns tempos pra cá comecei a pensar bastante nisso e em como eu conseguiria conciliar meu sonho de ser uma criadora de conteúdo reconhecida com a insatisfação com os conteúdos acelerados, e a resposta foi bem simples: voltar a escrever no blog e investir meu tempo em criar conteúdos longos e realmente relevantes para redes sociais como o YouTube, que me permite falar pelos cotovelos sobre as coisas que eu amo sem ter que me preocupar em reduzir em noventa e cinco por cento o que eu realmente queria falar para garantir alguns números de visualizações e comentários. 


Claro que eu não vou ser radical e simplesmente sumir das redes sociais para focar somente no canal e no blog, mas isso quer dizer que estes serão a minha prioridade. Portanto declaro aberta a nova temporada do Café com Mands! A ideia é que você se sinta tomando um café da tarde comigo enquanto conversamos sobre tudo, então, pegue seu café ou chá, se aconchegue e me acompanhe nessa jornada de criação de conteúdo lento e sem pressão. 

  



3 comentários

  1. Amei a reflexão. Também tenho observado meu consumo de conteúdo nos últimos tempos e odiado tudo. Acho que certas forma esses conteúdos rápidos e nem mastigados acabam minando a criatividade e nos fazendo enxergar mais do mesmo sempre. Nada como um conteúdo que não foi pensado para viralizar para nós deixar de voltar ao eixo.
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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    1. Tenho pensado muito nisso ultimamente e me identificado bastante com conteúdos mais lentos, obrigada pelo comentário Tay!

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  2. Bom dia, Mands! São 7:45 e eu realmente estou lendo seu blog e tomando um cafézinho. Nos últimos tempos, eu também tenho policiado muito meu tempo nas redes sociais, principalmente, porque eu demorava a fazer certas atividades por estar mexendo no celular vendo coisas que não agregam, não acrescentam e eu nem me lembro do que eu vi. E como professora de crianças, eu estou vendo o que o simples uso do celular está fazendo com eles, desde que a tecnologia se fez necessária na vida de todo mundo durante a pandemia. Eu tenho alunos de 10 anos que não sabem ler, Mands... Consequentemente, o processo de escrita deles está andando a passos de tartaruga. Se esse apodrecimento cerebral está acontecendo com a gente, imagina com as crianças que recebem um celular aos três anos de idade para ficarem quietas. Enfim, desculpe o desabafo kkkkk estou ansiosa para os próximos <3

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Café com Mands